TCC - Parte III

5.1.4 O MDA – Modelo de Discipulado Apostólico

Do seio da Igreja da Paz de Fortaleza, sob a inspiração do Espírito Santo ao Pastor Abe Huber, surgiu esse modelo de discipulado cristão que tem se propagado de uma forma muito  eficaz entre Igrejas de várias denominações que optaram por adotar o modelo proposto.

Extraímos do site:   http://www.igrejadapaz.com.br/fortaleza/a-visao-do-mda/  – acesso em 02/03/2018 ,  a definição oficial dada ao MDA – Modelo de Discipulado Apostólico, apesar de que a mesma definição pode ser encontrada no site: http://portalmda.com/a-visao-mda/ – acesso em 02/03/2018. Assistindo ao vídeo do Pastor Abe Huber você poderá sentir a sede de Cristo que acomete o mundo nos dias atuais.   https://youtu.be/zVSv3wJ7DME  – acesso em 02/03/2018.

 A seguir a transliteração do texto oficial: “Na visão do MDA, é possível à Igreja Local ganhar multidões para Jesus sem deixar de cuidar bem de cada cristão – é o modelo de discipulado um a um em ação.

O MDA abrange diversos fatores desenvolvidos na Igreja Local. Sem dúvida, o fator central do Modelo de Discipulado Apostólico é o discipulado um a um que todos na igreja recebem. Porém, este modelo (MDA) fala da visão geral de como cremos que a Igreja Local deve funcionar.

 

1 – O REINO DE DEUS

Jesus disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu Reino…” (Mateus 6.33). Deus está implantando o Seu Reino aqui na Terra e Ele tem deixado bem claro qual é a visão d’Ele para nós: Deus havia dito para o homem: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra…” (Gênesis 1.28). Por quê? Porque Adão e Eva gozavam de perfeita comunhão com Deus e assim refletiam a glória de Deus perfeitamente. À medida que eles obedecessem a ordem de crescer e multiplicar, toda a terra ficaria cheia da glória de Deus, como as águas cobrem o mar.

O plano original de Deus nunca mudou. Mesmo que o homem natural, por causa do pecado, não reflita a glória de Deus, aquelas pessoas que já nasceram de novo verdadeiramente refletem a Sua glória. Então o propósito de Deus continua o mesmo: Ele quer o Seu Reino implantado  sobre  toda  a  Terra,  e  isto vai acontecer quando os Seus filhos colocarem o Seu Reino em primeiro lugar, crescerem e se multiplicarem até que toda a Terra esteja cheia de pessoas que reflitam a Sua Glória.

 

2 – A IGREJA DO SENHOR JESUS               
Mas qual é o contexto em que nós devemos buscar o Reino de Deus? Na prática, como podemos fazer isso?

Jesus disse: “Eu edificarei a Minha Igreja…” (Mateus 16.18) e em outra ocasião Ele disse “quem comigo não ajunta, espalha…” (Mateus 12.30).

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Em outras palavras, o Reino de Deus aqui na Terra se manifesta e é centralizado na Igreja do Senhor Jesus:

A Igreja do Senhor Jesus é o coração do Reino de Deus.

3 – A IGREJA LOCAL

Posso saber, então, que verdadeiramente estou buscando o Reino de Deus se eu estiver trabalhando com Jesus na Edificação da Sua Igreja Mundial. Mas, como a Igreja Mundial do Senhor Jesus é edificada? Através da Igreja Local. Se eu não estiver edificando a Igreja Local eu não estou edificando como eu deveria a Igreja Mundial do Senhor Jesus. A Bíblia fala muito mais acerca da Igreja Local do que da Igreja Mundial. Estamos trabalhando com De

O Apóstolo João, em Apocalipse 1.10-11, ouviu a voz do Senhor Jesus por trás dele. Mas quando virou para ver o Senhor Jesus, primeiramente ele viu sete candeeiros de ouro (Ap. 1.12), e só depois viu o Senhor Jesus (Ap. 1.13). Os sete candeeiros são as sete Igrejas Locais (Ap. 1.20). Creio que, simbolicamente, isto mostra que para termos plena revelação do Senhor Jesus, temos também que ter a visão da Igreja Local. Onde estava Jesus? “No meio dos sete candeeiros” (Ap. 1.13). No meio das Igrejas Locais. É impressionante a importância que Deus põe na Igreja Local.

 

4 – A CÉLULA

É muito importante que todos os cristãos da Igreja Local estejam congregando na Célula, onde a vida do Corpo se encontra de forma sintetizada em todos os seus muitos aspectos, tais como: adoração, intercessão, evangelismo, integração, discipulado, treinamento de líderes, comunhão, assistência social, etc.É necessário que essa Célula esteja sempre aberta para receber novas pessoas. Como a célula do corpo humano, deve estar sempre crescendo, multiplicando e formando novas células.  Esse tipo de Célula resgata a “Igreja no Lar”, e por isso cremos ser importante que todos congreguem em uma Célula deste tipo, pois acreditamos que foi assim que aconteceu na igreja neotestamentária. Para nós, a Célula é o Coração da Igreja Local. Todas as nossas Células, heterogêneas e homogêneas, têm essas características, e todos os membros estão em um desses dois tipos de Células. A totalidade de nossas Células cresce, e elas se multiplicam em três áreas:

1) Verticalmente: os membros crescem em intimidade com Deus e multiplicam isso nas vidas dos seus discípulos.

2) Horizontalmente: os membros crescem em comunhão uns com os outros e multiplicam isso nas vidas dos seus discípulos.

3) Exteriormente: Os membros crescem numericamente ganhando novas pessoas para Jesus, discipulando essas pessoas e multiplicam esse código genético de evangelismo e discipulado nas vidas dos seus discípulos. A Célula cresce em número de membros e se multiplica, gerando assim novas Células. É este tipo de Célula que é o verdadeiro coração da Igreja Local.

Na igreja baseada em Células tudo acontece pela Célula, para a Célula, através da Célula e em função da Célula.

No gráfico ao lado podemos perceber que o coração do Reino de Deus é a Igreja Mundial do Senhor Jesus; o coração da Igreja Mundial é a Igreja Local; e o coração da Igreja Local é a Célula. Você pode perceber, então, que todo esforço cristão para implantar o Reino de Deus na terra deve resultar em priorizar, direta ou indiretamente a edificação de Células no contexto da Igreja Local. Agora, qual é o coração da Célula?

 

5 – O DISCIPULADO UM A UM

Jesus priorizou o discipulado na Sua vida aqui na Terra. Antes de escolher os seus discípulos Ele orou a noite toda (Lucas 6.12-13), e uma grande parte do seu tempo foi ocupado investindo na vida destes discípulos. Como Ele viajava horas e horas a pé, é bem provável que,  enquanto  estava  caminhando  com  os  discípulos  naquelas  estradas  construídas   pelo Império Romano, Ele aproveitasse bem o tempo discipulando. Quem já caminhou por muitas horas sabe que é difícil andar e falar com muitas pessoas ao mesmo tempo. Cremos que Jesus discipulava muito: 1) um a um; e 2) em grupo.

Em nossa própria experiência, temos visto que é muito bom discipular em grupos, mas nunca em substituição ao discipulado um a um.

Sem dúvida, isto possibilita que o discipulado seja mais profundo, intenso, e específico.

É claro que, para haver esse tipo de discipulado os dois (discípulo e discipulador) devem ser do mesmo sexo.

Também, alguém não pode estar discipulando outra pessoa se ele primeiramente não tiver discipulador. O discipulador tem compromisso total de não falar nada para pessoa alguma daquilo que o discípulo confidenciou, a não ser que obtenha primeiramente sua permissão.

Este discipulado deve acontecer no contexto da Célula, ou seja, o discipulador deve participar da mesma Célula do discípulo. O discipulado nunca deve ser manipulativo. O verdadeiro discipulado é para ajudar o discípulo a crescer. Discipulado é proteção. Discipulado é crescimento. Seja transparente com o seu discipulador. Você ficará maravilhado como Deus vai usar seu discipulador para ajudá-lo a vencer o pecado, crescer espiritualmente, ser um ganhador de almas, e ser também um bom discipulador. “Confessai os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros para serdes curados” (Tiago 5.16).

Uma vez que você está sendo discipulado, é importante começar a orar e pedir a Deus que lhe mostre quem você deverá discipular. Quando você ganha alguém para Jesus, você tem que garantir que aquela pessoa seja bem discipulada. Normalmente é você quem deve discipular aquele novo convertido. Jesus, antes de ascender aos céus, nos deixou a Grande Comissão: “Ide, portanto, fazei discípulos…” (Mt. 28.19). Isto tem que ser priorizado, pois sem dúvida é um  assunto  de  máxima  importância. Na  medida  em  que meditávamos  na  centralidade do discipulado, Deus nos revelou que o discipulado um a um é o coração da Célula. A esse relacionamento do discipulador com seu discípulo (total de duas pessoas) chamamos de uma microcélula.

Como a ênfase central da Visão do Modelo do Discipulado Apostólico é o discipulado um a um, vimos que seria ideal usarmos a mesma sigla para identificar esta microcélula.

Então, como visão da Igreja Local temos:

MDA: Modelo de Discipulado Apostólico.

E como o nome da microcélula de discipulado, também, temos:

MDA: Microcélula de Discipulado Apostólico.

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O discipulado, na microcélula, é feito um a um. Você poderá notar então que a microcélula tem o total de duas pessoas: Discipulador e Discípulo.

Cremos que o MDA é a menor representação da Igreja: a microcélula do Corpo de Cristo, “onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome…” (Mateus 18.20). É interessante notar que o contexto desta passagem se refere à Igreja Local.

O importante é que todos estejam debaixo da cobertura de um discipulador, e que todos estejam fazendo discípulos, porque, como já foi enfatizado, o discipulado é o coração da Célula. Em outras palavras: o MDA é o coração da Célula.

Na Visão do MDA cada cristão deve estar sendo e fazendo discípulos, participar de uma Célula, abraçar a visão da Igreja Local, buscar a Unidade da Igreja Mundial e colocar em primeiro lugar o reino de Deus.”

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5.1.5 – Modelo de Discipulado Neopentecostal

 Para  uma  visão  mais  holística  do  discipulado  cristão  relativamente  às  Igrejas Neopentecostais, encontramos um artigo de Robinson Cavalcanti 55 em:

https://pentecostalismo.wordpress.com/2007/11/29/neo-pos-pseudo-pentecostalismo/   acesso em 25/02/2018,

onde ele disserta sobre o estrago e a tragédia que o movimento neopentecostal fez e está fazendo no meio evangelical, seja no pentecostalismo clássico, seja nas igrejas fundamentalistas-reformadas. 

             “A expressão “neo-pós-pseudo-pentecostalismo” 53 foi cunhado por         Robinson Cavalcanti e designa muito bem o movimento neopentecostal ou         carismático” 56

O neopentecostalismo erra em muitos pontos e se afasta a cada dia do protestantismo histórico. É bom observar que há teólogos respeitados, como Luís Sayão, que acreditam em uma restauração doutrinária dos neopentecostais, Sayão comentou que: “Todo o mundo critica o movimento      neopentecostal. Devemos avaliá-lo sociologicamente. Em breve eles sofrerão mudanças e buscarão uma sedimentação” 57 É de se esperar que essa sedimentação aconteça logo e tomara que realmente aconteça! A abordagem desse texto é mostrar os principais defeitos no neopentecostalismo.” 

 

  1. a) O neopentecostalismo desenvolve uma espiritualidade sem vínculo. A excessiva valorização de catedrais, mega-ajuntamentos, grandes eventos , cultos midiáticos e similares; mostra que o neopentecostalismo desenvolve um espiritualidade sem ligação eclesiástica, ou seja, as pessoas vão à igreja como se fossem ao shopping-center, vão buscar algo e não entregar, tem vínculos mercantilistas e não comunitários.

Os neopentecostais desenvolveram uma espiritualidade “templista”, sem vínculos comunitários. Sacralizam-se os prédios, valorizam-se os mega ajuntamentos, mas não se promovem relacionamentos.

55- CAVALCANTI, Robinson. País apodrecido, igreja insípida. Revista Ultimato. Edição 303 Novembro-Dezembro 2006..

56- Carismático é como os teólogos norte-americanos nomeiam os neopentecostais. Aqui no Brasil, carismático virou sinônimo de católico pentecostal, membro da RCC (Renovação Católica Carismática).

57- SAYÃO, Luiz. Pela ética e espiritualidade. Entrevista. Revista Enfoque Gospel. Edição 62 – SET / 2006.

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As pessoas se sentem sozinhas e autônomas no meio de uma multidão. Vão à igreja como quem vai a qualquer lugar público, sem sentimento de pertencimento. Dentro desse contexto é muito comum o trânsito religioso. Hoje o sujeito é de uma igreja, amanhã já de outra denominação. Há líderes neopentecostais que chegaram a fundar duas denominações diferentes.

Há não somente uma falta de vínculo comunitário, mas também, falta vínculo doutrinário, litúrgico, de ethos (costumes) e tradições. Sendo que o maior perigo é a falta  de  base  teológica  e  ou  doutrinária.  Muitos  neopentecostais,  continuam  com crenças herdadas de uma religião ou seita que anteriormente ele tenha participado.

A falta de discipulado, infelizmente, é comum em todos os ramos do evangelicalismo, principalmente no neopentecostalismo, e ainda há um desprezo muito grande pelo ensino da Palavra. Os neopentecostais não investem em escola dominical, cultos de ensino, classes de discipulado, seminários teológicos etc.

  1. b) o neopentecostalismo desenvolve um pregador arrecadador e não doador.  

A principal preocupação para um bom “pregador” neopentecostal, não é o seu domínio das ciências bíblicas, juntamente com uma vida devocional exemplar, mas sim, o seu domínio na retórica da oferta. Em uma famosa denominação neopentecostal no Brasil, você só pode ser ordenado ao ministério pastoral, se a sua congregação arrecadar mais de 5 mil reais por mês em dízimos e ofertas. Qual será a pregação principal de um sujeito sob tamanha pressão? Certamente que será ofertas, dízimos, desafios de fé e teologia da prosperidade. Uma congregação de bairro que não dá “lucro”, é fechada imediatamente pelos “bispos” de algumas denominações neopentecostais. Será que a construção de templos é uma preocupação evangelísticas e de bem-estar da igreja local ou mais uma fonte de arrecadação? Não é nem preciso responder! A absurda compra de “cura-divina” por meio de ofertas, é comum em algumas igrejas neopentecostais. São cartões de oferta com valores de 10, 20, 50, 100 reais, sendo que os valores mais altos recebem “orações mais fortes”. Não seria essa prática uma indulgência moderna? Esses “profetas” neopentecostais se aproximam a cada dia mais do sectarismo.

Em que consiste alguns cursos para líderes em igrejas neopentecostais? As matérias principais de muitos desse cursos, não é teologia sistemática ou exegese, mas sim, técnicas de marketing.

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O papel pastor-ovelha, dentro desse contexto “templista”, é substituído pelo modelo empreendedor-cliente. Igrejas neopentecostais, normalmente, não possuem seminários, mas apenas cursos esporádicos de retórica ou métodos de marketing, como acima observado.

O obreiro neopentecostal não é uma pessoa treinada para ser líder de uma igreja local, mas sim, de ser o mais persuasivo com aqueles que o visitam. Não existe ovelha, e os pastores nem podem ser chamados de pastores, pois normalmente são itinerantes. Um itinerante não tem a possibilidade de ter ovelhas, logo, não é um pastor.

 

  1. c) o neopentecostalismo tem, a teologia da prosperidade, como a principal pregação.

O conceito de “Deus papai-noel”, cunhado no passado pelo teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer,   homem   que   lutou   contra   o   secularismo  eclesiástico de  seu tempo, expressa muito bem a realidade materialista do movimento neopentecostal. A cosmovisão neopentecostal tem dificuldades de contemplar o futuro, o céu, a salvação, a redenção; palavras com esperança, espera, paciência, perseverança não fazem parte do vocabulário imediatista dos neopentecostais. Imediatismo é a filosofia dos pregadores do aqui-e-agora, é a bênção rápida e eficaz em pregações pragmáticas, ou seja, “pregações que funcionam”.

Sempre a teologia da libertação é colocada como uma visão comunista do cristianismo, da mesma forma, a teologia da prosperidade é uma versão capitalista de um evangelho distorcido, que busca riqueza e bens terrenos, em detrimento do que os bens celestiais. Junto com a teologia da prosperidade há um mal igual, que é o triunfalismo. O triunfalismo não aceita derrotas, infortúnios, doenças, perdas, pois é o evangelho do “só vitória”. Infelizmente, alguns pregadores que dizem ser pentecostais, são triunfalistas de carteirinha, sendo essa uma característica neopentecostal que tenta deturpar o pentecostalismo clássico.

  1. d) o neopentecostalismo prega o ter em vez do ser.

A pregação sobre moralidade, santidade, caráter, Fruto do Espírito são deficientes no meio neopentecostal. O ter é mais valorizado do que o ser.

É muito difícil pregar contra a ambição, a sedução das riquezas, o engodo da soberba nos púlpitos “universais”.

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O verdadeiro cristão na cosmovisão neopentecostal é aquele que passou da pobreza para a riqueza. Será a riqueza evidência de prosperidade? A prática mostra que não, pois o segundo homem mais rico do mundo, o bilionário Bill Gates, é um ateu! Será que Gates é mais espiritual que um pobre cristão africano sem almoço para esse dia?

  1. e) o neopentecostalismo valoriza excessivamente a sua liderança.

Ouvir rádio evangélica, com poucas exceções, pode ser uma verdadeira tortura para aquele que busca a ortodoxia no cristianismo. É comum, na vasta programação neopentecostal, ouvir liderados referir-se a sua liderança como: “o apóstolo da fé, grande  homem  de  Deus,  o  maior  evangelista  do  século,  o  nosso  bispo primaz, o homem que faz e acontece etc”. É uma verdadeira idolatrização da liderança, que se segue sem um senso crítico, mas em um caminho cego.

Muitos líderes, sem caráter, no neopentecostalismo, são acusados dos mais diversos crimes, como  estelionato,  curanderismo,  lavagem  de  dinheiro  etc. 

Os  fiéis  dessas igrejas, na maioria das vezes, são indiferentes as claras acusações e preferem atribuir esses problemas a perseguição da Rede Globo ou do próprio Diabo.

É comum, alguns desses líderes, se compararem aos apóstolos, que foram perseguidos por causa do evangelho. Um sofisma que muitas vezes funciona, infelizmente!

 Em denominações neopentecostais não há conselhos de doutrina, concílios para decidir os rumos da denominação. Em uma denominação neopentecostal, o líder-fundador é quem decide tudo, desde da forma litúrgica, passando pela doutrina e até o destino das finanças. É uma liderança incontestável, um líder que está acima de tudo e todos, que não presta contas a ninguém. Uns mais espirituais, dizem que ninguém pode tocar “nos ungidos de Deus”, ou seja, se colocam acima dos demais espiritualmente. Os pastores e obreiros menores nessas denominações imitam a oratória, os gestos, a maneira de se vestir dos seus líderes.

A “renovação apostólica” é um novo modismo que mostra a colocação acima da crítica dos líderes neopentecostais. Primeiro veio os bispos, quebrando uma tradição protestante de não inventar cleros acima de leigos, como no catolicismo romano. Depois veio as bispas(sic) e agora tem os “apóstolos”, há notícias de pastores que agora são chamados de “arcanjo”.

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É muita aberração para pouco espaço! Um famoso pastor disse certa vez: “Daqui a pouco temos o vice-Deus”.

Outra novidade é a chamada “cobertura espiritual”. Líderes que ameaçam seus liderados, dizendo que elas necessitam da cobertura deles, como apóstolos. Cobertura é uma falácia, pois biblicamente, não há cobertura espiritual da parte dos homens, mas somente de Deus.

Hoje, no meio neopentecostal, há uma febre por títulos teológicos. São muitos que dizem ser Doutor em Divindades(D.D) e fizeram curso por correspondência de, no máximo, um ano. A internet está cheia desses falsos cursos, que é uma malandragem de compra e venda de diplomas. Com 2 mil dólares, qualquer pessoa pode comprar um título de doutor em divindade nos Estudos Unidos, ficando até mais chique.

Para ser um doutor em teologia, em uma faculdade séria, se estuda em média dez anos e há uma dedicação acadêmica, isso por parte do discente. Estudar bacharel em teologia em um ano é como estudar medicina em dois anos, é um grave erro e nada se aprende, sendo assim um falso curso.

 

  1. f) o neopentecostalismo tem uma hermenêutica diferente do cristianismo histórico.

Se você já ouviu pregações em igrejas neopentecostais, percebeu que a maior parte das pregações são no Antigo Testamento? Já viu que os pregadores “avivalistas” gostam de textos que abordam a história da Abraão, Elias, Eliseu, Davi, Daniel, Jeremias etc? Percebeu que o ministério profético do Antigo Testamento é muito abordado nas preleções dos “conferencistas internacionais”? Se não, ouça e verá!

Em trabalho acadêmico para a Faculdade Teológica Batista de Campinas, sobre o neopentecostalismo, o professor Isaltino Gomes Coelho 58 observa que “a leitura bíblica neopentecostal é atomizada…isto é, fragmentada, de versículos isolados, é desculturada, desarraigada de seu contexto e usada alegoricamente. Sendo assim, prega excessivamente no Antigo Testamento. Abusa dos símbolos vetero-testamentário e aplica a simbologia judaica de forma distorcida na igreja hodierna, que é ou deveria ser neotestamentária. 59

58- GONDIM, Ricardo. E se o sal não salgar? Ricardo Gondim, acesso em 17/10/2007 disponível em www.ricardogondim.com.br

59- COELHO, Isaltino Gomes. Neopentecostalismo. Acesso em 09/11/2007. Disponível emhttp://www.ibcambui.org.br/artigos/art57.pdf  

60- SOARES, Esequias. Heresias e Modismos. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. p. 319.                                               

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Testamento, empregando figuras e símbolos, completamente fora do contexto bíblico, como ponto de contato para estimular a fé, e também para arrecadar fundos” 60.  São campanhas dos “318 pastores”, “Unção apostólica de Elias”, “Azeite da Viúva”, “Porção dobrada de Eliseu”, “Derrubando as muralhas de Jericó”. O teólogo Paulo Romeiro, que é de confissão pentecostal, observa:  As campanhas semanais, os cultos “de libertação”, “da vitória”, “da conquista” e “da prosperidade” se multiplicam na disputa de fiéis.

Tudo isso dirigido a um público despreocupado também com as regras de interpretação bíblica, pouco afinado com a reflexão, mas numa busca constante e intensa de solução. Os pregadores farão tudo para atrair seus “clientes”, muito disputados hoje em dia no mercado evangélico. 61  

Quando se quer extrair, de modo legítimo, um ensinamento bíblico; se parte para a hermenêutica histórica, contextual, lingüística e teológica,  mas  a analogia é o aspecto central na hermenêutica neopentecostal.

Em vez de uma exegese, para extrair do texto bíblico o que ele diz, se pratica a eisegese, colocando no texto o seu próprio pensamento, ou seja, se tenta justificar por meio da Bíblia.

A Bíblia para o neopentecostalismo é indicativa, ou seja, se recorre a ela como justificadora de suas práticas, mas não normativa, ou seja, determinando as doutrinas e práticas da igreja. A Bíblia, no neopentecostalismo, é um simples amuleto e enfeite de emaranhados de doutrinas estranhas as Sagradas Escrituras.

Uma questão importante na hermenêutica neopentecostal é que ele é pragmática e empírica. Pragmática se entende que a interpretação bíblica do neopentecostalismo busca praticidade ou funcionalidade de sua crença; se algo é prático e dá certo, então é preciso inserir na doutrina neopentecostal. Quando algum apologista critica as experiências e crenças no neopentecostalismo, os seus promotores vem com os seguintes argumentos: “mais as pessoas são curadas”, “mas isso tem dado certo”, “explique os milagres de meu ministério” etc. Sempre se recorre a funcionalidade de suas doutrinas. A experiência sempre procede a doutrina no neopentecostalismo. O Rev. Alderi Sousa de Matos observa:

61- ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a Graça. 1 ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2005, p. 123.                                       

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No neopentecostalismo – inclusive nos seus enclaves nas denominações históricas -, por mais que seus integrantes se declarem defensores das Escrituras, a importância atribuída as fenômenos, maravilhas e novas revelações os empurrarão à incômoda conseqüência prática de terem na Bíblia a sua “fonte secundária” de conhecimento. 62

No contexto na interpretação bíblica, a experiência conta como a mais alta autoridade, determinando os sentidos de um texto. A Bíblia, nessa situação, não é a regra de fé e prática. Kenneth Hagin estabeleceu a fórmula de fé da confissão positiva, baseado em um suposto encontro com Jesus, por meio da visão ele criou uma nova doutrina. A revelação, as crenças pessoais, as profecias, as visões tomam o lugar da Palavra de Deus, no momento em que elas estabelecem doutrina.

A hermenêutica neopentecostal é individualista e mística. Quando se lê a Bíblia, não procuram compreender o significado original que o escritor, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu. Cada crente que leia a sua Bíblia e interprete da maneira transcendental, por meio de uma revelação interior. Procuram sempre achar novas verdades, e dizem ser portadores de nova revelações, desprezadas pelas igrejas durante séculos.

Sendo esse entendimento, sempre individual, por meio de uma iluminação.       

Na leitura neopentecostal, o Espírito Santo, dá o significado de um texto para necessitadas específicas de várias pessoas, ou seja, o versículo passa a não ter uma significação absoluta, mas é uma mensagem diferente em cada revelação. Um pregador neopentecostal, instruindo novos convertidos, disse: “Vocês precisam ouvir a voz de Deus, ser guiados pelo Espírito Santo. Para isso, orem nas madrugadas e peça que Deus revele a Sua vontade para a sua vida. Então Deus vai te acordar pelas madrugadas e te dirá aquilo que tu precisas fazer.” Esse pregador dá a entender que a sua vida é guiada por revelações, quando esse não é o propósito das revelações (dom da palavra do conhecimento). A vida do cristão é guiada pelo Espírito Santo, que usa a sua Palavra, para direcionar segundo as Suas diretrizes.  

  1. g) a demonologia neopentecostal

Os neopentecostais têm uma visão dualística do cosmo, ou seja, há uma constante luta

62- MATOS, Alderi Sousa de. Fé Cristã e Misticismo, p. 58. Citado por ROMEIRO, Paulo. Idem, p. 122.

63- ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Judas, Batalhando pela Genuína Fé Cristã. Lições Bíblicas, Rio de Janeiro, p. 43. 1° trimestre de 2002.     

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entre o Bem e o Mal, e tudo aquilo que não é de Deus, logo é do Diabo. Para a cosmovisão neopentecostal, o mundo está dividido por essas duas forças equivalentes. Para eles a doença nunca vem de Deus, logo, todas as doenças são diabólicas.

Para eles a pobreza não pode vir de um Deus riquíssimo, logo, a pobreza é do Diabo. Nesse pensamento, chamado dualismo, o mundo está bem dividido entre o Bem e o Mal, entre Deus e o Diabo.

O dualismo fere a revelação bíblica, onde o Deus, o ser bondoso por natureza, é infinitamente maior do que o mal provocado pelo Diabo.

O exorcismo nas igrejas neopentecostais, é uma prática midiática e um verdadeiro espetáculo, onde pessoas (seres-humanos) são expostos ao ridículo, com muitas luzes e câmeras. O teólogo assembleiano Claudionor Corrêa de Andrade, em uma linguagem pastoral, escreveu:

Há muitos obreiros que, para cevar o marketing pessoal, fazem uma verdadeira campanha publicitária para libertar os oprimidos do Diabo. Perguntam o nome do demônio e querem saber a sua procedência. Em seguida, interrogam-no acerca de sua missão, como se ninguém soubesse ser o trabalho do Diabo matar, roubar e destruir (Jo 10.10). E com isto desperdiça-se todo o tempo da exposição da Palavra de Deus, introduzindo o povo a uma macabra distração.

 Os neopentecostais, em especial Kenneth Hagin, acreditava que um cristão verdadeiro pode ser possesso por um demônio, mas não no seu espírito, e sim no seu corpo ou em sua alma; fazendo uma separação inexistente na Bíblia. Como pode um cristão ter demônios em seu corpo ou em sua alma, enquanto o seu espírito está livre sendo habitação do Espírito Santo? Só uma demonologia distante das Escrituras para afirmar tamanho engodo. Um cristão verdadeiro, por ser habitação do Espírito Santo, não  pode  ter  em  seu  ser  um  demônio. O  neopentecostalismo tem muitas doutrinas estranhas a Bíblia e cabe a cada pentecostal, uma posição apologética e de oração pela mudança e sedimentação desse movimento”.

Uma forma de encerrarmos com chave de ouro os alertas sobre os perigos das novas igrejas neopentecostais estarem adotando práticas estranhas ao Verdadeiro Evangelho, pode ser observada no simples assistir ao vídeo dessa pretensa autoridade mundial evangélica que citamos logo acima, o Sr. Kenneth Hagin, autor de mais de setenta livros doutrinários, e que

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lastimavelmente termina a sua carreira e a sua vida de uma forma tão improdutiva quanto podemos ver no vídeo encontrado no You Tube, mostrando a unção do riso – não há e não pode haver ninguém que, buscando a Palavra do Evangelho possa ser edificado com esse festival de inutilidades que toma lugar e espaço em templos que deveriam estar se dedicando exclusivamente a “pregar o Evangelho a toda criatura!” esse vídeo pode ser acessado no endereço do You Tube: https://youtu.be/IG9XZ6fXRjs – é assistir e ficar horrorizado, pois pode se ver de tudo menos a presença do Espírito Santo.

Entre as heresias apregoadas por Kenneth Hagin, essa “autoridade mundial” citada acima, encontramos a apologia à “Palavra Rhema”… uma  visão  de  que  o  Evangelho  se  divide em  “Logos” que é a Palavra escrita e em “Rhema” que é a Palavra falada; Ou seja, Pregadores “Auto ídolos” (ídolos de si mesmos) não se contentam com o Evangelho do Senhor Jesus, eles querem um evangelho que  possa ser “enfeitado”  teatralmente  para  atrair  a  atenção  do  seu público; A  mesma  situação  se  repete em templos que valorizam espetáculos como “cair no espírito”, onde um pastor estende a mão ou agita o paletó na direção do público e todos caem no chão extasiados

qualquer pessoa pode ver o mover da emoção mas ninguém em sã consciência poderia ver o mover do Espírito. E assim, de heresia em heresia, os novos espetáculos que substituíram os cultos evangélicos crescem e se multiplicam, sequer se importando que o povo que pretende se chamar de povo de Deus fica cada dia mais órfão do Evangelho.


CAPÍTULO VI

6.1 NECESSIDADES PREMENTES DAS PEQUENAS IGREJAS PENTECOSTAIS MODERNAS E DAS IGREJAS NEOPENTECOSTAIS

            Entre todos os modelos apresentados acima, podemos chegar a conclusões satisfatórias sobre a disponibilidade de modelos de discipulado cristão para as pequenas Igrejas Pentecostais modernas, observando que, para as Igrejas pentecostais mais tradicionais, existem modelos desenvolvidos pelas próprias denominações e seus Pastores tendo como alvo os seus próprios membros; Isso é observado com mais evidência nas Igrejas Presbiterianas, Batistas, Luteranas, etc…  Para as pequenas Igrejas Pentecostais Independentes, as quais chamamos aqui de pequenas pentecostais modernas, um modelo que se apresenta com poderosas chances de sucesso na implementação é exatamente o modelo da MDA proposto

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pela Igreja da Paz de Fortaleza, criado pelo Pastor Abe Huber; vide:

 http://portalmda.com/a-visao-mda/, e

http://www.igrejadapaz.com.br/fortaleza/a-visao-do-mda/ 

https://youtu.be/zVSv3wJ7DME  

Infere-se daí que a falta de um projeto, ou ainda a falta de implementação do mesmo por algumas Igrejas, está condicionado à falta de visão da sua administração, seja por falta de recursos humanos e financeiros, seja por falta de preocupação com o destino da sua própria congregação denominacional, pois, superabunda a quantidade de Igrejas que não tem a menor preocupação em ser verdadeiramente Pentecostal, ou ainda, fiel em seus ensinamentos no Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Entretanto, o que agrava profundamente o panorama evangelístico são as novas Igrejas Neopentecostais, as quais, sem o menor pudor, desprezam completamente a visão de evangelismo  cristocêntrico,  voltando-se  exclusivamente   para   uma   atuação   muito   mais

assemelhada ao marketing pessoal. Isso pode ser facilmente observado se nos detivermos a analisar os métodos utilizados para atrair novos membros para suas fileiras. Escondidas sob o disfarce de usar o nome de Jesus para atrair as pessoas, cada uma se preocupa mesmo é em conquistar valores numéricos de membros, sem se preocupar com a qualidade do conhecimento transferido aos que se deixam levar por seus argumentos.

Não é de se estranhar, realmente, o sucesso que eles obtém com suas técnicas de marketing, porque o marketing bem aplicado possui características bastante pragmáticas; é tão significativo que inúmeras das novas e independentes Igrejas Pentecostais acabam imitando-as nos seus procedimentos e conceitos.

Mas nós estamos propondo soluções para delinear uma nova fronteira, um novo horizonte para esse grande número de pessoas que, se deixados à própria sorte, serão fatalmente arrastados e envolvidos por todo vento de doutrina, sem sequer passar perto da possibilidade de ter um verdadeiro encontro com o Senhor; E isso só será possível, através de um evangelismo abrangente cuja fórmula precisa ainda ser mais bem delineada.


CAPÍTULO VII                    

7.1  DELINEANDO UMA SOLUÇÃO INTERDENOMINACIONAL

            Pudemos observar até aqui que as técnicas de Marketing que são utilizadas pelas

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igrejas Neopentecostais e pelas inúmeras Pentecostais independentes que aderem ao mesmo modelo de práticas, são verdadeiramente de uma eficácia sem precedentes, pois que essas Igrejas atraem milhares, senão milhões de pessoas como é o caso das grandes Igrejas Neopentecostais – vide os exemplos das Igrejas Universal do Reino de Deus; Igreja Mundial do Poder de Deus; Igreja Internacional da Graça de Deus; entre um sem-número de outras Igrejas menores.

Evidentemente então que, o segredo da eficácia está no poder do Marketing, e por isso, se nós nos dispusermos a utilizar essa mesma ferramenta com o intuito de divulgar a importância do chamado do Senhor para o Seu povo, certamente que conseguiremos obter os mesmos resultados em termos de alcance e divulgação. Mas para isso, é necessário abrir mão, daquela prática egoística de querer atrair membros para si mesmo, para sua própria denominação, em favor  da  missão  de  atrair  filhos  de   Deus   para   o   Senhor;   independentemente  de  qual denominação eles preferirão seguir posteriormente. Uma verdadeira, desinteressada e universal práxis do evangelicalismo alcançando a Igreja Mundial do Senhor Jesus ao invés do pensamento restritivo de uma práxis do evangelicalismo da Igreja Local; afinal, a Igreja existe em função do Reino de Deus.

É especialmente nisso que está o verdadeiro desafio: Ser tão desprendido a ponto de não pensar em si mesmo, como denominação, e se propor a compor com outras Igrejas verdadeiramente cristãs para promover uma divulgação poderosa na mídia – Internet, rádio e televisão – sobre o que é verdadeiramente ser cristão e como seguir a Deus.

O povo de Deus precisa desse desprendimento das lideranças, de forma que, as necessidades do Reino de Deus estejam verdadeiramente colocadas acima dos interesses pessoais, e da busca frenética de membros para suas próprias Igrejas, suas próprias denominações religiosas.

Um plano de marketing poderosamente aplicado, Interdenominacional, difundido em todas as mídias, alcançando  a  esmagadora  maioria  dos  lares, fazendo  a exposição  clara dos  propósitos do Senhor Jesus e demonstrando com extrema clareza o verdadeiro sentido do Evangelho, seus objetivos e o seu propósito maior, já seria um excelente começo para livrar esse povo perdido em promessas vãs e mentirosas que tem desviado milhões de pessoas dos caminhos do Senhor. Literalmente são milhões de pessoas desorientadas por um falso evangelho, e que, se atraídas pelo verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus, estarão sendo duplamente beneficiados, pois, se primeiro estarão diante da verdadeira Palavra do Senhor, em segundo lugar estarão contribuindo verdadeiramente para a expansão do Reino de Deus.

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O mesmo pragmatismo do Marketing aliciador utilizado tão eficientemente por forças não cristãs, estará sendo aplicado com a mesma eficácia, só que agora então, ao serviço do Marketing evangelizador puramente cristão. Não seria uma tarefa fácil, porque estaria envolvendo interesses contrários de alto poder aquisitivo, Igrejas muito ricas; mas em compensação, devemos nos lembrar que o Senhor costumeiramente mostra ao Seu povo a Sua vitória nas questões mais difíceis e até mesmo impossíveis.

Ainda há que se ponderar que “a união faz a força”, portanto, os custos de tal empreitada seria dividido entre inúmeras Igrejas, viabilizando assim fazer frente às oponentes já mencionadas, as “desigrejas” que são aquelas Igrejas gigantes não cristocêntricas.

As Igrejas deveriam estar profundamente preocupadas em criar recursos para isso da mesma forma que cria recursos para a obra missionária transcultural; pois estando muito mais próximo   das   Igrejas   do   que  a  atual  obra  missionária, mesmo  assim milhões de pessoas

caminham completamente perdidas acreditando que, mesmo levadas por todo vento de doutrina, estão buscando ao Senhor. Não poderíamos nem mesmo sugerir um nome para esse tipo de obra evangelística ou missionária porque em realidade, seria apenas uma obra de evangelismo voltada para saneamento do falso evangelho que tem abalado as estruturas das Igrejas que pregam o verdadeiro Evangelho. É uma verdadeira luta entre o bem e o mal, e para esse tipo de luta, repito, o Senhor sempre venceu todas as batalhas, milagrosamente, especialmente sendo em defesa do Seu Reino e do Seu povo. E referindo aos custos de tal empreitada, certamente seriam muito mais econômicos do que as perdas de vidas e de recursos para essas “desigrejas” que tem se enriquecido enganando torpemente aqueles que, em seus corações, acreditam estar verdadeiramente buscando e servindo ao Senhor.

E ainda, usando de pragmatismo, além de trazer verdadeiros adoradores para o verdadeiro Evangelho, junto a cada um desses novos adoradores estarão sendo trazidos os novos suprimentos financeiros capazes de financiar essa própria obra, essa “cruzada evangelística!”

Podemos dizer que esse tipo de iniciativa, nos tempos atuais, representa muito bem e verdadeiramente a ordem plenipotenciária do Senhor quando distribui a Grande Comissão:

       “18  Então, Jesus aproximando-se deles lhes assegurou: “Toda a autoridade me foi        dada no céu e na terra.   19   Portanto ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;  

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       20        ensinando-os a obedecer a tudo quanto vos tenho ordenado. E assim, Eu estarei permanentemente convosco, até o fim dos tempos.”   (Mt 28.18-20)

CONCLUSÃO

Em cada capítulo desse nosso trabalho, nós procuramos passar os conceitos que estão presentes na obra de Discipulado Cristão.

 No Capítulo II nós falamos sobre o Ministério do Senhor Jesus e sobre a Grande Comissão, revelando o modus operandi com que o Senhor preparava os Seus discípulos para darem sequência à grande obra do cristianismo.

O modelo de discipulado que o Senhor adotou foi o Modelo de Discipulado Apostolar, que é representado por discípulos preparando discípulos e fazendo novos discípulos, em uma progressão quase que geométrica; o que explica tão grande abrangência do Evangelho desde o início quando o Senhor Jesus ensinou o modelo a seus apóstolos.

Chama a atenção o fato que, Jesus ensinava em público muitas vezes falando por parábolas; mas aos seus apóstolos ensinava em particular nada deixando em oculto para eles. Com o sacrifício vicário do Senhor, segue-se a ordem plenipotenciária – discipular, batizar, ensinar a discipular, essa já como uma ordem definitiva válida em todos os tempos até que o Senhor volte.

 

No capítulo III mostramos a definição e diferença que existe em o Evangelho de Marcos (Mc 16.15-18) onde o Senhor ordena que Seus discípulos “Preguem o Evangelho a toda a criatura” remetendo claramente ao evangelismo que vai em busca do pecador, e o Evangelho de Mateus (Mt 28.19-20) onde o Senhor ordena que Seus discípulos prossigam fazendo discípulos de todas as nações, claramente um passo adiante com relação ao Evangelismo, pois que, se o Evangelismo apresenta o Evangelho ao pecador, atraindo-o carinhosamente para os cultos ao Senhor realizados na Igreja, o Discipulado ja é um trabalho muito mais minucioso e envolvente onde o discipulando vai aprender a conhecer o Evangelho mais intimamente para aplica-lo em sua vida.

 

No Capítulo IV apresentamos uma visão geral sobre o Evangelismo praticado pela Igreja ao longo dos séculos, iniciando com o modelo praticado pelos apóstolos, único modelo que deve

ser mantido vivo e atuante porque é o modelo escolhido pelo Senhor Jesus; depois, passando pela sequência ao longo da história, descrevendo o Discipulado na Igreja Primitiva, tal e qual os apóstolos o faziam; na Era Medieval, já sob o domínio nefasto de uma Igreja cujo

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monopólio a tornou um grande negócio até hoje defendido pelo clero; no advento da Reforma Protestante onde a Igreja procurou resgatar o Modelo de Discipulado Apostolar; fizemos um relato envolvendo a visão das Igrejas Históricas, iniciando pela visão da Igreja Luterana, passamos pela visão da Igreja Anglicana, pela visão da Igreja Presbiteriana, pela visão da Igreja Batista, pela visão da Igreja Metodista; e sobre as Igrejas Pentecostais, mostrando a visão das Igrejas Assembléias de Deus, das Igrejas O Brasil para Cristo, a Congregação Cristã no Brasil; e finalmente, descrevendo os modelos das Neo Pentecostais, falamos sobre a visão da Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Igreja Internacional  da  Graça  de  Deus,  a  Igreja  Renascer  em  Cristo;  e  finalmente  nos  tempos hodiernos, onde o permissivismo da sociedade atual remeteu a distinções da práxis que levou à diversificação não tão nefasta utilizadas pelas Igrejas Históricas e Pentecostais, mas totalmente degenerada quando utilizada pela Igreja Neo Pentecostal, onde tudo o que vale, é tão somente atrair pessoas para reforçar os alicerces financeiros dessas instituições.

Apresentamos no Capítulo V, dentro de uma visão hodierna da práxis do Discipulado e Evangelismo atual, uma rápida definição sobre os conceitos de TMI (Teologia da Missão Integral); da TDL (Teologia da Libertação); apresentamos as críticas e as refutações das críticas envolvendo a TMI X TDL (Teologia da Missão Integral, versus Teologia da Libertação); fizemos uma rica explanação sobre o modelo MDA (Modelo de Discipulado Apostolar); e, culminando, tecemos comentários sobre o tão nefasto para o Evangelho, o Modelo de Discipulado Neo Pentecostal.

 

No Capítulo VI tratando sobre as necessidades prementes das pequenas Igrejas Pentecostais Modernas e das Igrejas Neo Pentecostais, nós procuramos chamar a atenção para o descaso com o Evangelismo e com o Discipulado presentes nessas Igrejas, as quais, fortemente motivadas pelas exigências dos tempos atuais, estão muito mais voltadas para solucionar problemas concernentes à própria existência do que propriamente o Evangelismo ou Discipulado Cristão.

 

No Capítulo VII, sob o título de Delineando um Solução Interdenominacional, o nosso  propósito  foi  o  de  demonstrar  a  necessidade  de  o  Corpo  de  Cristo promover uma verdadeira Cruzada Evangelística contra esse Império que se levanta para corromper a Igreja, o Evangelho e o Povo de Deus.

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E foi aí que fizemos um pequeno esboço demonstrando o paralelismo com as Missões, para sugerir uma entidade, Interdenominacional, para fazer frente às distorções do Evangelho, utilizando a mídia para levar aos perdidos, a Palavra do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E finalizando essa nossa conclusão, deixamos a nossa convicção e certeza de que:

  • Se as Igrejas Cristãs se unissem para criar alguma entidade parecida com um  “Conselho dos Guardiães do Evangelho”plenamente Interdenominacional;
  • Centralizassem recursos financeiros para essa grande batalha, essa “Cruzada Evangelística”em favor do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
  • Utilizassem massivamente os recursos de Marketing modernos em favor de uma Igreja Cristã Moderna;

Certamente que esse crescimento desenfreado dessas “desigrejas”, dessas “desconstrutoras do Evangelho”, ficaria seriamente abalado; estaríamos assim realizando “Missões” não só a nível transcultural, mas também a nível de evangelização massiva; esse tipo de atitude cada vez mais  se  fará  presente  nas  necessidades  das  Igrejas  cristãs;  porque  certamente  a  hora  se aproxima, em que a grande batalha final terá início; porque os tempos são chegados.

Maranata!… ora, vem, Senhor Jesus!

63                                                                                  FIM!

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